Postei esta entrevista no site Política Real agora a tarde. É uma entrevista que fiz com o cineasta Orlando Senna, que está participando do 19° Cine Ceará. Segue a entrevista:
Ceará. Cineasta Orlando Senna fala sobre a lei de audivisual brasileira
Fortaleza - Qual a política correta para o audiovisual brasileiro? A resposta é dada pelo cineasta Orlando Senna, que no primeiro mandato (2003-2006) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (PT) foi o responsável pela implantação da nova política de incentivo aos audiovisuais no Brasil.
"Essa lei já tem sete anos e uma das partes é a TV pública. Ela vem sendo implementada e vários aspectos já foram e outros estão sendo, onde a televisão tem uma importância fundamental", destaca Orlando Senna, que veio a Fortaleza para participar do 19° Cine Ceará (Festival Ibero-Americano de Cinema), que temina amanhã. Ele lança no festival, o livro "O Homem da Montanha". O cineasta concedeu a seguinte entrevista a Política Real:
"Essa lei já tem sete anos e uma das partes é a TV pública. Ela vem sendo implementada e vários aspectos já foram e outros estão sendo, onde a televisão tem uma importância fundamental", destaca Orlando Senna, que veio a Fortaleza para participar do 19° Cine Ceará (Festival Ibero-Americano de Cinema), que temina amanhã. Ele lança no festival, o livro "O Homem da Montanha". O cineasta concedeu a seguinte entrevista a Política Real:
O que trata o livro "O Homem da Montanha"?
Orlando Senna - "O Homem da Montanha" é um livro que faz parte da coleção Aplauso, de São Paulo. Essa coleção tem um estilo muito particular de fazer as biografias das pessoas. Se trata de autobiografias. São histórias contadas em primeira pessoa, mas não são escritas por nós, os biografados. É sempre um jornalista ou um escritor que entrevista os biografados durante muitas e muitas horas. Quem fez esse papel comigo foi o Hermes Leal, o diretor da revista Cinema Brasileiro. Ele me entrevistou durante vinte a trinta horas. E depois ficou meses organizando isso. Geralmente é assim, que se faz esses livros. Então se trata de uma autobiografia, que não é escrita pelo autobriografado e sim ditado por ele. E o "Homem da Montanha" é isso. É a minha história. É uma história, que ainda não tem fim. Não terminou ainda. Mas as pessoas estão gostando muito por uma razão: porque não é apenas a minha história pessoal. É a história também da minha geração, a geração dos anos sessenta. É a história de um cineasta brasileiro.
Essa política de audiovisual vai incentivar realmente a produção de filmes nacionais de outras mídias?
Orlando Senna - Sim. Eu acho que a política brasileira de audiovisual criada pelo Ministério da Cultura, no primeiro mandato do presidente Lula, durante a gestão do ministro Gilberto Gil, está estabelecida. Um recuo disso seria algo muito grave para o Brasil. O que ela tem que ser feita é ser desenvolvida, é aumentar. E exatamente um dos focos dessa política é o aumento da produção a partir da regionalização dos recursos e dos atos relacionados com o fomento do audiovisual. Então não se trata só de cinema, de qualquer maneira. Essa política foi traçada para cinema, para televisão, para relação cinema-televisão e também para as novas mídias, para os jogos eletrônicos, para Internet etc. É uma política moderna. É uma política para o século vinte e um e a tendência é que ela continue. Porque qualquer recuo nesse sentido, ou qualquer interrupção dessa política seria muito grave para o Brasil. Já que todos os países do mundo, principalmente os países emergentes, agora estão tratando de construir e realizar suas políticas audiovisuais nesse sentido, ou seja, de serem produtores e de poderem distribuir os seus filmes e os seus produtos audiovisuais. Porque o país que não fizer isso vai perder o bonde da história, digamos assim. Vai se transformar ou vai continuar sendo um eterno consumidor; um eterno importador. E não apenas de filmes e programas de televisão. Mas importador de tudo. Porque o cinema e a televisão indicam também o nosso consumo, o que a gente compra, o que a gente deve comprar, o que a gente teria de comprar. Então é muito importante, não só sobre ponto de vista artístico, mas sobre o ponto de vista econômico; uma política audiovisual firme, uma política audiovisual democrática e nacionalista.
Orlando Senna - Sim. Eu acho que a política brasileira de audiovisual criada pelo Ministério da Cultura, no primeiro mandato do presidente Lula, durante a gestão do ministro Gilberto Gil, está estabelecida. Um recuo disso seria algo muito grave para o Brasil. O que ela tem que ser feita é ser desenvolvida, é aumentar. E exatamente um dos focos dessa política é o aumento da produção a partir da regionalização dos recursos e dos atos relacionados com o fomento do audiovisual. Então não se trata só de cinema, de qualquer maneira. Essa política foi traçada para cinema, para televisão, para relação cinema-televisão e também para as novas mídias, para os jogos eletrônicos, para Internet etc. É uma política moderna. É uma política para o século vinte e um e a tendência é que ela continue. Porque qualquer recuo nesse sentido, ou qualquer interrupção dessa política seria muito grave para o Brasil. Já que todos os países do mundo, principalmente os países emergentes, agora estão tratando de construir e realizar suas políticas audiovisuais nesse sentido, ou seja, de serem produtores e de poderem distribuir os seus filmes e os seus produtos audiovisuais. Porque o país que não fizer isso vai perder o bonde da história, digamos assim. Vai se transformar ou vai continuar sendo um eterno consumidor; um eterno importador. E não apenas de filmes e programas de televisão. Mas importador de tudo. Porque o cinema e a televisão indicam também o nosso consumo, o que a gente compra, o que a gente deve comprar, o que a gente teria de comprar. Então é muito importante, não só sobre ponto de vista artístico, mas sobre o ponto de vista econômico; uma política audiovisual firme, uma política audiovisual democrática e nacionalista.
Essa política ampliou a TV pública brasileira?
Orlando Senna - É parte dessa política. São aspectos dessa nova política. Nova, quer dizer, já tem sete anos. Ela está sendo implementada. Vários aspectos já foram e outros estão sendo, onde a televisão tem uma importância fundamental, uma importância essencial. Nós sabemos hoje, que o cinema, por exemplo, e nem estou falando de programas de televisão, mas exclusivamente o cinema, já não retira, digamos assim o seu sustento, o seu ganho, das salas de cinema. As salas de cinema são muito importantes, porque são a primeira janela. É a janela de distribuição que demonstra para o público e também para os empresários-distribuidores que aquele filme vai ter um bom resultado ou não. Mas na verdade o retorno do filme se dá através das várias janelas que são a televisão, o DVD e distribuição em outras mídias.
( por Lauriberto Braga, especial para a Política Real, com edição de Genésio Junior)
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