"Caros amigos
Por ocasião da concorrida posse do engenhiro civil Victor Cesar da Frota Pinto como presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia-CREA-CE, tive a oportunidade de ver em exposição no 8º andar da magnífica sede daquela entidade, na Rua Castro e Silva, 81, no Centro de Fortaleza, um brilhante pluviômetro (aparelho que mede chuvas, para os que não sabem do que se trata), fato este que me deu, de repente, profundas recordações e saudosismo das minhas atividades na área de hidrologia e recursos hídricos na década de 60 em todo o Nordeste. Na realidade, este meu saudosismo decorre do fato de que eu, a serviço do DNOCS (a época trabalhava no Serviço de Estudos , depois, Diretoria de Estudos e Projetos do DNOCS, sediados em Recife-PE) e tive a missão de instalar 500 pluviômetros na região nordestina e recuperar cerca de 800 que já vinham funcionando, instalados que foram pelo DNOCS desde o início de sua existência no ano de 1909. O DNOCS (ou IOCS) funcionou inicialmente tendo como sede o Rio de Janeiro. No início do ano de 1960 sua sede foi transferida para Fortaleza-CE. Todo o acervo de hidrometria (pluviometria, evaporimetria, fluviometria, vazão etc.) foi então destinado para o então Serviço de Estudos daquele Departamento em Recife, tendo sido eu indicado pelo então Diretor daquele Serviço, engenheiro Dalmo Leme Pragana, para abrir os 12 volumosos caixotes contendo tão preciosa documentação sobre a nossa Região. Fiquei admirado como o DNOCS, funcionando no Rio de Janeiro desde o ano de 1909, tenha colhido tão valiosa documentação nesta área específica de hidrometria. Posteriormente, a SUDENE instalou mais 1.200 e no final de 1961 existiam 2.500 aparelhos de medição de chuvas diários funcionando nos mais longínquos rincões de nossa Região. Peço desculpas aos caríssimos amigos de compartilhar o meu saudosismo lembrando uma atividade que realizei, com muito carinho, amor e dedicação, no início de minha carreira profissional como engenheiro na década de 60.
Está de parabéns o CREA-CE em expor, em sua sede, aquele belíssimo pluviômetro que, no meu entendimento, simboliza o alto significado e importância do mesmo para a nossa Região não podendo ser desprezado pelo Governo Federal exigindo-se, até mesmo do DNOCS, uma retomada daquela atividade e completa reestruturação dos que ainda estão em funcionamento. Este ato, ou esta atitude do CREA, pode também ser interpretado como uma demonstração e atestado da importância que aquela entidade confere à questão dos recursos hídricos na problemática região nordestina. Atenciosamente. Cássio
Eng. Cassio Borges
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