No próximo domingo, 9 de dezembro, será comemorado mais uma vez o Dia do Fonoaudiólogo. A especialidade tem atuação marcante e imprescindível em diversas áreas da vida humana e em seu cotidiano. Especificamente, a voz profissional é uma das que ganha cada vez mais relevância, em que a fonoaudiologia tem dado a sua contribuição para o mundo corporativo, sobretudo no Brasil, hoje uma das principais economias mundiais.
“As empresas têm evoluído de forma muito rápida nos últimos 20 anos e, hoje, praticam o alinhamento horizontal, ou seja, em que a gestão compartilhada abre espaço para ouvir seus colaboradores. E por isso, torna-se cada vez mais necessário que todos na empresa participem com opiniões, posicionamentos e a devida expressão de ideias”, explica a fonoaudióloga Ana Elisa Moreira-Ferreira, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) e uma das maiores autoridades brasileiras no assunto.
A voz é a forma de comunicação mais utilizada pelo homem. Quando ela sofre alguma alteração, certamente a qualidade de vida do indivíduo é afetada. De forma mais especifica, focada no trabalho, a competência comunicativa é definitivamente a habilidade essencial para o sucesso na carreira no mundo corporativo.
Nos processos seletivos, por exemplo, a forma como os candidatos se comunicam é avaliada como habilidade essencial para quase todos os cargos em empresas, além de ser um fator decisivo para a ascensão na carreira.
Estima-se que 1/3 da população mundial seja constituída de profissionais da comunicação – jornalistas, locutores, profissionais do relacionamento com clientes. Além disso, cantores, atores, professores e operadores de telesserviços necessitam da comunicação como principal recurso profissional, assim como secretárias, profissionais de gestão de pessoas, gerentes, diretores, líderes de equipe, vendedores e executivos.
Atentas às novas ordens de comunicação no mundo corporativo, as empresas sabem que perdem quando ela não acontece de modo equilibrado. Em 2010, a Project Management Institute Brasil (PMI), maior associação sem fins lucrativos do mundo para profissionais de gerenciamento de projetos, com mais de meio milhão de associados e de profissionais certificados em 185 países, realizou um estudo com 300 empresas de grande porte e constatou que em 76% dessas empresas que tiveram seus projetos fracassados ocorreu por falhas de comunicação. Em cerca de 46% dos empreendimentos, o investimento foi de 1 a 10 milhões de reais no setor de projetos. O problema maior estava relacionado ao modo como a comunicação era trabalhada por seus lideres e gestores.
Ana Elisa explica ainda que a evolução no mundo corporativo acarretou em novas exigências, responsabilidades e posturas. “Não há mais espaço para informações desencontradas, não claras, incompletas, ou redundantes. O mundo está rápido, as informações chegam a cada toque do computador e a assimilação dessas informações e a forma de passá-las a frente deve ser clara e objetiva. Não há tempo a perder com o ‘telefone-sem-fio’”.
Além dos custos diretos do fracasso de um projeto, são imensuráveis as perdas financeiras pelo tempo gasto com informações incompletas ou com desentendimentos pela forma como os líderes conduzem suas equipes. “Por evitar estes problemas, as empresas investem em treinamentos de suas equipes ou em consultorias individuais, com o auxílio de fonoaudiólogos, para buscar uma comunicação assertiva, profissional e com expressividade na interação com clientes internos e externos”, completa a fonoaudióloga da SBFa.
Ana Elisa cita alguns cuidados essenciais para o sucesso nas relações profissionais que envolvem a comunicação e, por consequência, a avaliação, ampliando as chances de ascensão na carreira:
1. Cada um de nós tem seu estilo de comunicador, mas este deve ser adaptado ao contexto, ao interlocutor, ao assunto. É essencial termos flexibilidade, transformando nosso estilo para a necessidade do momento, favorecendo a aproximação.
2. Escutar para entender é o primeiro passo para se comunicar bem. Somente solucionamos adequadamente as problemáticas que se apresentam em nossas relações profissionais e pessoais se escutamos atentamente todas as informações, dados, fatos. Mas não basta escutar, é necessário buscar também entender o seu interlocutor, acolhe-lo e ter empatia.
3. Faça perguntas que promovam a reflexão, demonstrando interesse genuíno na busca de mais informações.
4. Não fique apenas nos questionamentos. Ofereça soluções para as problemáticas que se apresentam no seu dia-a-dia.
5. Mantenha uma posição positiva frente à vida. Ninguém quer manter um relacionamento duradouro com quem vê apenas os problemas em tudo que se apresenta.
6. Seja assertivo, lide com a verdade, expressando-se com segurança e clareza, mas sem agredir ao outro.
7. Combine o conteúdo da informação com a expressividade da voz. É a voz a responsável por transmitir a informação emotiva dos fatos e, portanto, acreditamos mais nas informações transmitidas pelas variações melódicas, do que nas palavras.
8. Respeite as regras de etiqueta de cada ambiente social e corporativo. Além da cordialidade necessária na comunicação, existem regras nos ambientes que frequentamos. Melhor avaliados seremos quanto mais respeitarmos tais regras.
9. Module sua voz, seus gestos e seu olhar no ambiente profissional. Exageros estão relacionados a situações de intimidade e de liberdade, o que não é bem visto no trabalho.
10. Somos avaliados por nossa cultura e compreensão do mundo, mas somos rejeitados quando não incluímos os ouvintes nos diálogos. Portanto, escolha o vocabulário e a estrutura das frases pertinentes para cada situação e interlocutor. Dependendo dos seus ouvintes, palavras difíceis apenas impõem distância e dificultam a interação.
11. Mas lembre-se: nenhum bom comunicador chega longe com discursos vazios. É necessário buscar conhecimento sobre assuntos específicos do seu trabalho, mas também diversificado sobre o mundo e a atualidade.
Fonte para entrevista:
Ana Elisa Moreira-Ferreira, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), Graduada em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em Fonoaudiologia, especialista em voz e motricidade oral pelo CFFa, aprimoramento em Promoção da Saúde (FMUSP), certificada para aplicação do instrumento Myers Briggs Type Indicator® (MBTI). Possui 25 anos de experiência em Fonoaudiologia, com ênfase em voz clínica e comunicação profissional, atuando principalmente com líderes de equipes, operadores de telesserviços, professores, locutores. Experiência de 19 anos na área da Fonoaudiologia Empresarial, com ênfase em treinamentos em comunicação profissional. Implantou e coordenou Programas de Saúde Vocal em várias empresas. Uma das 5 finalistas do prêmio de Executiva do Ano pelo XIIPrêmio ABT.
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