Trecho da entrevista da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), na edição de hoje de O Povo:
OP - A senhora fala da consolidação do Réveillon. Não fazer o Réveillon nesse momento não atrapalha sua marca?
Luizianne - Acho que não. Eu recebi tanto apoio das pessoas pra não fazer. Porque as pessoas sabem que uma marca negativa do Réveillon, caso acontecesse alguma coisa na festa, pode suplantar todas as outras marcas boas que deixei. É um momento delicado, eu tô saindo. As pessoas têm de entender que meu governo acabou. Durante meu governo, posso fazer as coisas e me responsabilizar por elas. Não tenho medo de enfrentar dificuldades, tanto que fiz um Réveillon ano passado com um milhão e meio de pessoas, mesmo com a greve da Polícia Militar. O Réveillon já é pra estar consolidado ao ponto de que hoje a própria cidade, a iniciativa privada, entre de cabeça e o poder público venha só auxiliar, como acontece em outros lugares. Nós não conseguimos ainda que a iniciativa privada comprasse pra si a ideia da festa e o poder público só ajudasse. A carga ainda é toda sobre o poder público municipal. Mas, acho que isso não vai ficar marcado na cabeça das pessoas, não. As pessoas entendem que, no final das contas, foi um produto criado por nós, mas que meu governo acabou. Nunca me foram dadas as seguranças necessárias do ponto da segurança pública pra fazer a festa. A Secretaria do Patrimônio da União cedeu o aterro pra fazer uma festa recentemente, mas, até agora, estranhamente, não licenciou pra nós. Então, não me senti à vontade. Porque, no fundo, o que o governador queria era fazer a festa, era me tirar esse legado. Talvez por isso as instituições que estão no entorno fizessem com que, a esta altura do campeonato, não tivéssemos a estrutura pra fazer a festa.
Comentários
Postar um comentário