Na Liga Desportiva Juazeirense, o Fortalezinha é um time respeitável. Homônimo do famoso clube da capital cearense, o tricolor tem um camisa 10 com estrela e um cabeceio que lhe pôs na história do Flamengo com o gol do hexacampeonato brasileiro, em 2009. Se antes era defensor por imposição, agora Ronaldo Angelim manda e desmanda. Fundador do time, é presidente, capitão e técnico. Aos 37 anos, o ex-camisa 4 rubro-negro se aposentou como profissional para voltar as origens e se dedicar ao futebol amador.
O clube, fundado em 2002, é mais que familiar. Entre os 20 jogadores, há um dos irmãos de Angelim, Bonifácio, e o marido de uma de suas sobrinhas. No comando está Aclébio, esposo de uma prima do ex-zagueiro. Topeira, como é conhecido o treinador, até tem uma certa autonomia, mas quem manda mesmo é o camisa 10.
— Sou o presidente, o capitão e tem o Topeira que é o técnico. Mas quem manda sou eu, que banco o time, que tenho experiência com futebol. Ele escolhe quem substituir, mas eu determino quem sai ou não — afirmou o atual meia, que se autosubstitui. — Se não estou jogando bem, saio. Ele não tem coragem de me tirar.
O nome escolhido do time não foi por acaso. Fortalezinha é para homenagear a equipe, onde o ex-jogador atuou por cinco anos. Há onze anos, o time da capital doa uniformes e todo o equipamento ao homônimo de Juazeiro do Norte. Angelim não vê a hora de estrear com a sua camisa 10.
— Já entrei com pedido na Federação Cearense de Futebol para trocar meu registro. Quando o campeonato local começar aqui, no mês que vem, já estreio. Vai ser uma emoção grande — conta o jogador, que vai pagar R$ 200 para trocar o registro na CBF (só poderá atuar no campeonato de várzea quando não tiver mais o registro como profissional).
Por partida, Angelim gasta mil reais do seu bolso. Um sacrifício para a fama que carrega dos tempos de Flamengo: era reconhecidamente um pão-duro. Era difícil arrancar uns reais do Magro de Aço, como era conhecido. E na Liga , para levar o ex-zagueiro à loucura, um clube pode jogar 25 duelos caso chegue à final. Só na primeira fase, são 19 jogos únicos com 20 times; oito se classificam para as quartas de final e o mata-mata se estende até a taça. E enquanto tiver condições, o jogador promete bancar tudo.
— Até o dinheiro acabar e eu querer, vou pagar. Nenhum jogador ganha salário. Dou um bicho para os melhores de cada jogo... R$ 50. Se não, eles não vêm mais (risos) — brincou.
Na história do autor do gol de um título Brasileiro do Flamengo e o do acesso do Fortaleza à Série A de 2005, ainda falta um troféu. E este só pode ser conquistado no campo de terra batida de Juazeiro do Norte.
— Sempre sonhei ganhar um torneio amador. E nunca consegui. Fui vice em 94, e quando saí em 95, meu time ganhou. Falta esse título — disse o herói do hexa.
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