O Estado de S.Paulo
A nova campanha publicitária do 'Estado', que estreia hoje, ataca o principal ponto negativo do mundo das notícias em excesso: a superficialidade. Quem traz essa questão à tona é um leitor em forma de marionete, de humor ácido, que está frustrado com o fato de não conseguir formar opinião própria.
"Eu sou tudo que você aí não é", diz o boneco no filme. "Eu falo e penso com a cabeça de outra pessoa. Não tenho opinião formada. Minhas reflexões são breves e superficiais. Mas a culpa não é minha (...)"
O vídeo, que estreia no intervalo do Jornal Nacional, é o primeiro de uma série de três filmes e dá continuidade ao mote Quer saber? Estadão, trabalhado nos comerciais do jornal desde o ano passado. A diferença é que, desta vez, a crítica ganhou a voz e o corpo de um personagem que será assimilado facilmente pelo espectador.
"Os bonecos são muito fascinantes e, como representam a opinião do outro, achamos que poderiam simbolizar muito bem o contrário do leitor daquele jornal para quem tem cabeça, para quem tem cérebro, o Estadão", diz o publicitário Washington Olivetto, diretor de criação da W/McCann, que elaborou a campanha.
A agência encomendou o boneco de ventríloquo a Luiz Ferré, diretor de cinema e artista gráfico famoso pela criação dos cães em forma de bonecos do TV Colosso, programa exibido pela TV Globo na década de 1990. A materialização do personagem, de 70 centímetros, envolveu uma equipe de cerca de 20 artistas e durou 25 dias.
Profundidade. Para a diretora de marketing do Grupo Estado, Renata Ucha, o comercial reforça a ideia de que o Estado é um jornal profundo, analítico e com mais opinião. "Fazemos um convite para as pessoas se informarem e transmitimos a mensagem de que, frente a um monte de feed de notícias existentes por aí, o Estadotem atributos que o diferenciam."
O boneco encerra o filme com uma autocrítica: "Eu juro que, se tivesse um cérebro como o seu, tudo estaria diferente". Amanhã, o comercial será veiculado no intervalo da novela das 21h da TV Globo. Também está prevista a divulgação em canais de TV por assinatura, revistas e sites.
Outros dois filmes com a marionete irão ao ar até o fim do ano. Em um deles, o boneco reflete sobre a falta do que falar quando se está dentro do elevador, momento em que é comum a pessoa começar a mexer no celular.
Olivetto observa que, em todos os comerciais, o boneco inicia sua fala com um caricato "é...", como uma forma de introduzir um pensamento. "É o leitor que gostaria de saber muito mais, tem certa inveja do leitor do Estado e se acha meio 'maria vai com as outras'".
A campanha publicitária leva em consideração as pesquisas que revelam que o leitor vê no Estado um jornal de credibilidade que entrega notícias mais aprofundadas que outros veículos. Desde 2009, o jornal ocupa o posto de mais admirado no Brasil, segundo pesquisa realizada pelo Grupo Troiano de Branding.
Divulgado no início do ano, o estudo, em sua 13ª edição - das quais o Estado liderou nove - ouviu 200 profissionais de alto escalão de empresas anunciantes e agências de propaganda.
Comentários
Postar um comentário