CAFÉ COM EVANDRO COLARES
NIZAN QUIS COMPRAR ADVANCE, ELE DISSE NÃO
“Tamo junto”. O bordão virou slogan. Mas bordões e slogans só pegam quando têm alguma verdade. No caso de Evandro Colares, 52, diretor da Advance Comunicação, é tudo verdade. São os clientes que dizem. Hoje, no portfólio da agência dele e da mulher e sócia, Eliziane, está o maior número de clientes locais com atuação fora do Ceará. Pague Menos, Hapvida e Rabelo. Nizan Guanaes (Grupo ABC) queria 51%. Ele não achou uma boa ideia.
VERTICAL S/A - Você é conhecido como um diretor de agência que mete a mão na massa. O mercado ainda tem o salto muito alto?
EVANDRO COLARES - A gente percebe no mercado não só no Ceará, mas no Brasil, muita gente que tem sim. Mas realmente por eu gostar muito do que faço e ter poucos clientes - grandes, porém poucos - a gente consegue se envolver no dia a dia nas empresas desses clientes. Pode-se participar mais e até, por vezes, ir além da publicidade. Meto as mãos na massa, mas feliz. Não tenho hora para trabalhar. Durmo com celular ligado. Esta é a maneira da Advance. Virou jargão o “Tamo Junto” por isso. Não adianta criar um banner para um cliente se não for ver se foi bem impresso, se está bem colocado.
VSA - Como é a sua relação pessoal com os clientes? O que pesa mais, é o Evandro ou a Advance?
EVANDRO - A Advance tem 20 anos. Todos os meus clientes são empresários de sucesso e são muito profissionais. Se a Advance não estivesse cumprindo o papel dela, se não fosse eficiente, não viesse dando resultado, não adiantaria eles gostarem do Evandro e serem amigos do Evandro. Não tenha dúvida de que ter laços de amizade favorece. Você participa mais, se envolve mais. É convidado para o aniversário e lá acaba sabendo algo a mais (risos). Se um deles deixar de ser cliente, garanto que farei tudo para continuar amigo.
VSA - É verdade que Nizan Guanaes queria comprar sua agência?
Evandro - O Nizan, no projeto Grupo ABC, de ser um player mundial, já tem porta nos EUA. Numa das vindas dele aqui, e depois em São Paulo, conversamos. Eu e outros donos de agências fomos jantar na casa dele. Depois, ele mandou o pessoal dele nos visitar. Mas tudo de modo preliminar. E como eu me envolvo muito, meu modelo é muito pessoal, não sei se uma agência com DNA multinacional permitiria dar todo este carinho. Para que possa ser grupo, ABC deveria ter 51% das ações. Assim ele tem feito nas agências pelo Brasil. Ou seja, eu passaria a ter patrão. Tenho muita lenha para queimar ainda nessa caldeira. Não era o momento. Ainda tenho meus filhos chegando ao negócio.
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