Ética e transparência - Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício
de Nassau – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com
Há algum tempo os termos “ética” e “transparência” tem tomado força nos debates públicos e tem sido cada vez mais recorrente
a exigência da população para que nossos gestores públicos mantenham um perfil que valorize essas duas palavras.
Entretanto,
não é apenas na gestão pública que percebemos a mudança. Nas
instituições privadas o ditado “faça o que eu digo,
não faça o que eu faço”, já não tem tanto espaço. Hoje, os
colaboradores se espelham nos gerentes, diretores e donos de empresas
que entendem e executam a frase: “faça o que eu digo e o que eu faço,
porque são a mesma coisa”.
Vivemos
em uma época na qual o conhecimento é, cada vez mais, o alicerce das
relações entre consumidores e fornecedores e,
por isso, é necessário que sejam respeitados os princípios da ética e
da transparência em respeito à sociedade. Em um mercado competitivo, a
atitude ética é um dos principais valores na diferenciação da sua
atuação e de seu concorrente.
No
mundo dos negócios, o comportamento ético deve ser instituído na
empresa de modo que todos os envolvidos tenham conhecimento
das práticas empresariais e estejam focados em um mesmo objetivo. Um
ambiente empresarial saudável vai prezar, sempre, pela aplicação de
medidas que visam comunicar e treinar, aperfeiçoando um ciclo de
atividades que valorizam honestidade, justiça, compromisso,
respeito ao próximo, integridade, lealdade e solidariedade.
É
preciso ressaltar que ética e transparência precisam andar juntas. Uma
não existe sem a outra. Se determinada empresa não
trabalha com ética, coerência e transparência, a probabilidade de o
ambiente interno para os colaboradores ser péssimo é muito alta. É certo
que nesse tipo de empresa existe uma alta rotatividade de
colaboradores, pessoas estressadas e resultados inconsistentes.
Empresas que prezam por esses valores são percebidas como positivas pela sociedade e tendem a se firmar no mercado. No caso
inverso, as empresas tornam-se frágeis, sem competitividade e ficam suscetíveis a riscos de imagem e reputação perante todos.
Mas, se agir com consciência moral é tão positivo, por que ainda há tantas pessoas que não seguem esses valores?
Uma
publicação da ISAE/FGV coloca três pontos de reflexão sobre o tema: uma
primeira causa pode ser a qualidade do seu aprendizado.
A segunda causa pode ser a imaturidade do raciocínio moral, que pode
reduzir valores éticos a comportamentos visando simples obediência para
evitar punições ou para a satisfação de interesses pessoais. Um terceiro
motivo é o desconhecimento dos outros, determinado
por baixo grau de empatia e, por último o desconhecimento de si,
alimentado por autoimagem irreal e autoestima exageradamente alta ou
baixa.
No
Brasil, a corrupção é o principal exemplo da falta de ética e
transparência nos processos. Neste caso, há inúmeras consequências
para a construção da sociedade e a principal delas é a destruição da
meritocracia. Para evitar tal efeito, além da justiça, é preciso exigir
punição, dentro dos padrões previstos na Constituição.
A
educação tem um papel determinante neste contexto, visto que é de sua
responsabilidade o processo pedagógico de informar
comportamentos éticos e morais para futuros cidadãos. Assim, como
Roberto Shinyashiki afirmou: ‘’Seja ético: a vitória que vale a pena é a
que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos”.
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