Ceará e a ANP

Em passagem hoje por Fortaleza, a presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, revelou que o Ceará é um grande potencial para exploração de petróleo. Magda Chambriard veio ao Ceará divulgar a 11ª Rodada de Licitação do setor que acontecerá nos dias 14 e 15 de maio no Rio de Janeiro.

Recebida pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), no Palácio da Abolição, a presidente da ANP destacou que a 11ª Rodada terá como foco a margem equatorial, no litoral que vai desde o Rio Grande do Norte até o Amapá. "Vamos ter uma rodada com foco no Norte-Nordeste e o Ceará está fortemente contemplado, onde temos áreas em águas profundas no litoral cearense. Mas o Estado é mais que águas profundas. Ele está estrategicamente localizado e com uma infraestrutura instaladas através do Porto do Pecém. Além disso está bem no meio de uma área que vamos licitar numa abrangência de cerca de setenta e cinco mil quilômetros quadrados", elogiou Magda Chambriard.

Para ela, "o Ceará tem todo o potencial para o fornecimento de bens e serviços oriundos da exploração petrolífera. O Estado só tem a se beneficiar, não apenas com a exploração e produção, mas também com toda uma prestação de serviços e fornecimentos de bens para apoio à nossa atividade exploratória em toda essa margem equatorial brasileira. O Ceará, antes de tudo, tem como se habilitar para fornecer bens e serviços para toda uma atividade exploratória e de produção que se avizinha", destacou.

A diretora da ANP acredita em boas oportunidades exploratórias na área Nort-Nordeste. "Isso significa oportunidade de negócios para o Brasil, para a indústria brasileira e para a indústria nordestina", apostou.

A ANP informou que a  11ª. Rodada de Licitações vai oferecer 11 blocos em águas profundas na Bacia do Ceará, um total de 7.388 quilômetros quadrados. O bônus de assinatura mínimo (valor a ser oferecido pelas empresas para assinatura do contrato) exigido para essas áreas varia de R$ 4,6 milhões a R$ 8,4 milhões. "Os resultados obtidos recentemente, a analogia com descobertas de óleo leve na África e América do Sul e a infraestrutura disponível na região colocam a Bacia do Ceará como um dos destaques da rodada", lembrou a presidente da ANP.

Há quatro campos já produzindo óleo leve na Bacia do Ceará – Atum, Curimã, Espada e Xaréu – concedidos à Petrobras. A produção em fevereiro deste ano na bacia foi de 82 mil metros cúbicos de gás por dia e 8.452 barris de petróleo por dia. A Petrobras também é operadora de dois blocos exploratórios, o BM-CE-1 e o BM-CE-2 no qual foi feita, em agosto de 2012, a primeira descoberta em águas profundas na bacia.

Foi comprovada a ocorrência de petróleo durante a perfuração do poço 1-BRSA-1080-CES, conhecido informalmente como Pecém. O poço está localizado a aproximadamente 76 quilômetros do município de Paracuru, na costa do Ceará, em profundidade de água de 2.129 metros. A Petrobras tem 60% de participação do bloco em consórcio com a empresa BP Energy do Brasil Ltda, que detém 40%.

A Bacia do Ceará tem como sucesso exploratório análogo descobertas de óleo leve na África, como o campo de Jubilee, em Gana. E, na América do Sul, a descoberta de Zaedyus, na Guiana Francesa. A bacia integra a margem equatorial do Brasil, que será o destaque na rodada e que inclui áreas no Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. A margem equatorial é formada pelas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, todas de nova fronteira exploratória. O surgimento ou crescimento das atividades petrolíferas nesses estados deverá gerar emprego e renda para a população local, o que vai criar segundo a presidente da ANP, "uma nova fronteira econômica do Brasil".

Vão ser licitados na 11ª rodada, 289 blocos em 23 setores, totalizando 155,8 mil quilômetros quadrados, distribuídos em 11 Bacias Sedimentares: Barreirinhas, Ceará, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Parnaíba, Pernambuco-Paraíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano. Dos 289 blocos, 166 estão localizados no mar, sendo 94 em águas rasas, 72 em águas profundas, e 123 em terra.