Cinco mil trabalhadores da obra da Companhia Siderúrgica Pecém (CSP), no Ceará, estão em greve. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado do Ceará (Sintepav-CE) após várias denuncias de atraso no cumprimento da negociação salarial, os operários decidiram pela paralisação a partir desta quarta-feira (15), alegando descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho. As principais reclamações são atraso no pagamento de salários; da cesta básica; no pagamento do 13º Salário; no pagamento de rescisões de contrato de trabalho; não pagamento da produtividade; falta de uma área de vivência. Os grevistas reivindicam ainda, o pagamento de 30% referente à periculosidade dentro do canteiro.
Após o lançamento do edital de convocação feito no dia 10 de janeiro de 2014, as empresas do consórcio que ergue a CSP recorreram à Justiça pedindo a ilegalidade da greve. Conforme nota do Sintepav-CE, obedecendo às determinações judiciais o Sindicato realizou a assembleia distante pelo menos, mil metros, da entrada do canteiro e colocou em votação a paralisação ou não dos trabalhadores que decidiram por unanimidade cruzar os braços até que as reivindicações sejam atendidas.
Uma mediação está agenda no Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, em Fortaleza, para próxima segunda-feira (20). Nova assembleia dos operários está marcada para a terça-feira (21).
A CSP é uma joint venture entre a brasileira Vale e as sul-coreanas Dongkuk e Posco, com investimento da ordem de US$ 5,1 bilhões. Na atual fase do empreendimento, que está em construção em São Gonçalo do Amarante, localizado no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) conta com cinco mil trabalhadores. A estimativa é que a partir de setembro de 2015, quando se inicia a operação da usina, que terá capacidade de produzir três milhões de toneladas de placas de aço por ano, serão abertos quatro mil postos de trabalho diretos e gerados outros 12 mil indiretos.
Resposta - Sobre a paralisação dos trabalhadores das obras da Campanha Siderúrgica do Pecém (CSP), a Posco Engenharia & Construção do Brasil, empresa responsável pela execução do projeto, informa que o pleito do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem do Estado do Ceará (Sintepav) sobre a unificação do adicional de 30% de periculosidade para todos os funcionários que hoje trabalham no Site, inclusive os que atuam somente dentro dos escritórios, não condiz com o laudo de inspeção de cada subcontratada, para o estágio atual da obra. Estes laudos indicam as funções específicas que possuem direito ao recebimento do respectivo adicional, tendo em vista a atividade executada. Quanto aos demais pontos destacados pelo Sintepav, a Posco E&C esclarece que já estão sendo esclarecidos com as respectivas empresas subcontratadas, sendo consequência de um recesso solicitado pelos trabalhadores, o qual chegou a 16 dias sem trabalho no final do ano de 2013.
A Posco E&C comunica que o Tribunal Regional do Trabalho da 7ª região concedeu liminar na Ação Declaratória de Abusividade de Greve. Entre as determinações está obrigatoriedade dos colaboradores em manter equipes de trabalho com o propósito de assegurar a continuação dos serviços inadiáveis para a empresa. A ação foi movida após os trabalhadores pararem as atividades com uma ação agressiva dentro da obra (resultando em diversos prejuízos aos materiais de trabalho) antes mesmo da publicação do edital, no dia 10 de janeiro.
A Posco E&C Brasil reforça que segue a legislação brasileira e reafirma o compromisso com o projeto da CSP, que será a primeira usina siderúrgica integrada do Nordeste do Brasil e vai impulsionar o crescimento econômico da cidade de Fortaleza e do estado do Ceará.
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