Professores cearenses Cléo Oliveira, Antônio Naum, Christhinna Brasil e Alexandre Araújo, na Expogep, em Brasília
O professor Antônio Naum tem um trabalho apresentado na Mostra Nacional de Experiências em Gestão Estratégica e Participativa no SUS (Expogep), que termina hoje, em Brasília, sobre acessibilidade. Ele pretende levar este trabalho para ser efetivado na 15ª Conferência Nacional de Saúde em 2015, aqui mesmo em Brasília.
"Eu acredito que em termos de debates e temáticas a se explorar nesse intervalo entre a 14ª e a 15ª Conferência Nacional de Saúde nós vamos ter um forte debate devido a criação da Política Nacional das Pessoas com Deficiência. Trata-se da Rede Nacional de Cuidados com as Pessoas com Deficiências, integrado num plano maior que o Viver Sem Limite, que articula diversos ministérios.
Essa ação, essa ação iniciativa do SUS para com a pessoa com deficiência, ampliou o acesso a recursos de tecnologia assistiva, está implementando uma rede de serviços integrada para pessoa com deficiência visual, auditiva, intelectual, múltiplas deficiência, dos customizados, autistas, algo que a gente não tinha no Brasil. Os serviços eram isolados e muito concentrados geograficamente no Sul e Sudeste.
Agora essa Rede quer se implementar, realmente, nos espaços onde não havia qualquer serviço de atenção à pessoa com deficiência e integrando também a atenção nos três níveis. Da atenção básica até a alta complexidade. Não focando apenas numa realidade de ambulatório.
Acredito que assim teremos uma outra realidade para essa população nesse debate e também o acesso a uma equipe multidisciplinar real. Alguns municípios do Brasil tinham a errônea impressão que serviço de reabilitação era serviço de fisioterapia. O que não é verdade. É um dos profissionais e um dos serviços que prestam a atenção para aquela pessoa. Mas se ela não tiver a atenção de uma equipe multidisciplinar completa ela não vai conseguir, realmente, minimizar todas as sequelas de sua deficiência, do seu acidente, não vai conseguir recuperar a sua funcionalidade potencial.
Então essa lógica inteira foi mudada e o Brasil está num processo de adaptação a essa nova proposta que coaduna com as prerrogativas da OMS.
Carreiras de Saúde
"Na Expogep, o Fórum das Entidades de Trabalhadores na Saúde, fez um debate sobre esse assunto. Nós temos tramitando no Congresso Nacional um projeto de lei para regulamentar apenas a carreira médica dentro do SUS. Quando o correto é que ganhe força outra proposta que também tramita, que é de regulação da carreira de Saúde. Carreira Única de Saúde para todos os profissionais. Com isonomia salarial, carga horária etc. Isso geraria o benefício não para uma única categoria, mas para todos. Porque a Saúde não é feita por um único profissional. Os profissionais da Saúde, todos, estão unidos neste debate. Infelizmente a categoria médica se exclui desse debate, para fazer um caminho próprio, solitário. Independente desse interesse, todas as demais categorias da Saúde, terapeutas ocupacionais, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, fonoaudiólogos, todas demais categorias da Saúde estão trabalhando em conjunto na totalidade das suas entidades, conselhos de classe, associações de ensino, associações profissionais e de sindicatos para que a gente consiga alcançar esse objetivo.
Para nós, o SUS ele ganhará muito em qualidade, quando seus profissionais tiverem realmente uma dignidade plena no serviço à população brasileira.
O SUS não se constrói sem profissionais. E os profissionais devem ter sua Saúde garantida, sua Dignidade, sua Segurança, de manter-se bem e suas famílias".
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