A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) promoveu, hoje, no auditório Ademar Arruda, audiência pública sobre a situação do comércio no Centro de Fortaleza (foto de Genilson de Lima). O vereador Deodato Ramalho (PT), propositor do encontro, denunciou que a realidade do local pode ser caracterizada como uma calamidade pública.
“Acho que a questão do Centro extrapola essa disputa entre situação e oposição. É uma situação que não é nova, o descontrole do Centro vem de muitos e muitos anos, mas é claro que estamos verificando um aumento considerável de desorganização. Nosso intento é de, sobretudo, estimular a população e a Prefeitura para assumir uma ação enérgica no sentido de recuperar o Centro que está em uma situação de calamidade pública”, justificou Deodato.
Durante a audiência, Ramalho destacou problemas detectados nesta área de Fortaleza, como a informação, repassada pelo Corpo de Bombeiros, de que há 180 edifícios em risco, a poluição visual, a venda de produtos piratas, a ocupação das calçadas pelo comércio ambulante, a deterioração dos pisos de ruas onde não transitam carros e a ocupação, da praça do Ferreira, por 100 moradores de rua que estão fazendo da Praça sua residência.
Enaltecendo a importância do Centro não só para Fortaleza, como para o Estado, o petista informou que o local representa algo em torno de 16% da arrecadação de ICMS do Estado e é o primeiro em arrecadação no Município. Segundo o parlamentar, embora o prefeito tenha anunciado uma parceria público-privado para tentar solucionar os problemas do Centro, ele crê que a resolução do problema só aconteça se for feita uma mega operação, envolvendo diversos agentes.
“É algo que tem que envolver toda a comunidade fortalezense e principalmente toda a estrutura empresarial que possa se ombriar com a Gestão para que possamos desobstruir o Centro e fazer com que volta a ser como é o centro de várias cidades no mundo. A situação merece atenção redobrada do prefeito que deve formar um grande mutirão envolvendo agentes públicos e população para que possamos, de fato, recuperar o Centro para usufruto da Cidade. Além disso, a Prefeitura deveria cadastrar os feirantes”.
Durante o debate, o feirante da José Avelino, Pedro Sérgio Bezerra, ressaltou que o problema da feira teve oportunidade de ser resolvido, mas o “Poder Público fez pouco caso”. Ele ainda ponderou que os comerciantes vivem uma incógnita, já que o chamado “rapa” passa informando que a feira não durará até a Copa do Mundo. “ O rapa passa e diz que a feira não passa da Copa do Mundo e a gente não sabe o que vai acontecer. Todo mundo trabalha estressado. Precisamos de um lugar para trabalhar, mas não nos interessa que nos tire dali e nos coloque para Maracanaú, Caucaia ou Pacajus.
Ainda no encontro, os representantes da Polícia Civil e Polícia Militar, o delegado Elzo Moreira e o major Alexandre Ribeiro, respectivamente, asseguraram que ambas as instituições têm aumentado a fiscalização no Centro. Além disso, o representante da Polícia Civil informou que levará as reclamações ao Delegado Geral para que, junto com uma açã articulada, resolva o problema. Já o major Alexandre, anunciou que, brevemente, uma operação será desencadeada com vistas a proibir o comércio de produtos pirateados.
Deodato Ramalho lamentou a ausência de representantes da Administração Municipal e assegurou que enviará à Secretaria do Centro, à Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente e ao Gabinete do Prefeito o que foi discutido durante a audiência. Ele informou que fará pronunciamento sobre o problema durante sessão ordinária de amanhã.
(Com informações do www.cmfor.ce.gov.br)
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