Expressão cultural marcante na cultura cearense, o maracatu remete à ancestralidade, à negritude, religiosidade e aos festejos, principalmente ao Carnaval. O ritmo ao longo dos anos encanta e ganha novos adeptos. Pela força de sua expressão, o maracatu é o homenageado do Ciclo Carnavalesco Fortaleza 2014, uma promoção da Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da Secretaria de Cultura (Secultfor), com apoio cultural do Governo do Estado e patrocínio master da cerveja Skol. O reconhecimento se dá com a exposição "Maracatus no Ceará: Festa, Ritual e Memória”, em cartaz até dez de março, no Estoril, na Praia de Iracema.
A exposição permite ao visitante fazer o percurso histórico do maracatu no Brasil e suas variações no Ceará, bem como, um encontro com as reminiscências dos brincantes dos maracatus já extintos como, Leão Coroado, Az de Espada e Estrela Brilhante, com a ancestralidade africana que assumiu novos tons em território brasileiro e com o sonho de visibilidade e afirmação construído a cada apresentação dentro ou fora do Carnaval. Os 13 maracatus em atividade em Fortaleza também são representados.
Um verdadeiro acervo raro estará à disposição dos visitantes: fotos, fantasias, vídeos, adereços. Entre esse material, gravações realizadas com Raimundo Alves Feitosa em 1943, o único registro sonoro das loas de maracatu antigo. Há também gravações de Mestre Juca e de Afrânio Rangel, a rainha de maracatu mais antiga do Ceará (embora não mais desfile), foi responsável pela confecção de figurinos de diversos maracatus cearenses. Foi rainha dos maracatus Leão Coroado, Estrela Brilhante e Ás de Espada. Hoje tem 80 anos.
“O primeiro ponto importante da exposição é o seu processo de realização. Ela é fruto de uma construção coletiva. Assim como não existe um discurso único sobre o que é Maracatu, também não havia até então uma tentativa de reunir todas as impressões, memórias e reflexões acerca dessa expressão cultural. É a primeira vez que a prefeitura propõe uma discussão sobre as questões que permeiam e atravessam o Maracatu no Ceará”, afirma a curadora e produtora da exposição, Isabel Andrade.
Entre os colaboradores estão, Calé Alencar, Pingo de Fortaleza, Descartes Gadelha, Oswald Barroso e Silas de Paula que junto com a fotógrafa Iana Soares participam com uma fotografia da exposição "A face desnuda do maracatu, ou uma declaração de amor ao Zé Rainha", de 2011. As fotos receberam o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte para Silas de Paula.
A exposição tem a curadoria e pesquisa da pesquisadora e doutora em Sociologia, Danielle Maia Cruz, autora do livro "Maracatus no Ceará: sentidos e significados", editado pela Universidade Federal do Ceará. Com curadoria e produção da jornalista Isabel Andrade e projeto expográfico de Rodrigo Costa Lima. A mostra também conta com acervo pertencente instituições que preservam a história do Maracatu.
Exposição "Maracatus no Ceará: Festa, Ritual e Memória"
Local: Estoril - Rua dos Tabajaras, 397, Praia de Iracema
Visitação: até 10 de março
Horário da visitação: terça a domingo, das 16 às 21 horas.
Informações: (85) 3105.1386
Gratuito.
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