"Às vezes fica difícil viver no paraíso. Explico: na falta de uma coleta de lixo decente, os moradores decidem fazer um mutirão para isso. Eu participo, caminhando durante umas duas ou três horas pela manhã. Morta de cansada, mas satisfeita, depois de um banho de mar, volto para minha casa e me dou conta do lixo espalhado na rua em frente. Pego uma sacola do mercado e junto tudo, mas sem condições de colocar esse lixo dentro do meu quintal - que já está com um bocado de lixo
seco acumulado, aguardando a coleta seletiva voltar a funcionar - vou até a Rua São Francisco colocar a sacola em um dos latões apropriados para isso. Na passagem, sou repreendida por uma senhora que estava parada na rua por "estar jogando o meu lixo na frente da casa dela". Ela tem uma certa razão, pois os lixeiros acabaram de passar e o lixo que coloquei aí vai levar um ou dois dias - com muito otimismo - para ser recolhido e os animais podem derrubá-lo. Explico a ela que não coloquei nenhum resto de comida, que na frente da minha casa não tem latão, e fiquei recolhendo lixo da frente da casa dos outros a manhã inteira, ao que ela me retruca que "não faz isso, pois isso é trabalho do prefeito". Para terminar, é claro que ela joga na minha cara que eu "nem sou daqui" ao que eu lhe respondo que está certa, não sou daqui e estou fazendo mais do que ela para manter Jeri limpa, e ela devia ter vergonha na cara... O paraíso, senhoras e senhores, é aqui!
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