Foto: Rogério Resende Entrada do Cineteatro São Luiz, no centro histórico de Fortaleza |
Com o Cineteatro São Luiz lotado, começou na noite de ontem (sábado, 5), o 27º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. Exibição de curta, longa e homenagem marcaram a solenidade. O secretário da Cultura do Estado, Fabiano dos Santos Piúba, e o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Henry de Holanda Campos, deram as boas-vindas ao público e cineastas presentes, ressaltando a representatividade no campo do cinema e importância do festival para o Estado.
A noite foi de emoção para jovens estudantes que participaram do projeto Enel Compartilha Animação, que subiram ao palco para receber os certificados da oficina e os aplausos de todo o público, que conferiu a exibição do curta “A luz da mata”, por eles produzidos. A gerente de comunicação da Enel Ceará, Patrícia Varela, fez a entrega juntamente com o secretário Fabiano Piúba e o reitor Henry Campos. Um dos participantes foi o estudante Juan Pablo Silva. “Eu fiquei muito feliz de ter sido selecionado para participar do filme. Realizar esse projeto foi incrível. Animação é o meu foco. É uma experiência que nunca vou esquecer”, declarou após a solenidade.
Patrocinado pela Oi e com o apoio cultural do Oi Futuro, o festival contou, na abertura, com a presença do gestor de cultura do Instituto Oi Futuro, Roberto Guimarães. Ele frisou a longevidade e solidez do festival. “Chegar à 27ª edição é um feito difícil para qualquer festival, afinal, 27 anos não são dois anos!”. Destacou também a Mostra Curta Cocó, lançada nesta edição pela Oi, em parceria com o festival, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Ceará e a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Os cinco curtas selecionados serão exibidos no Cine Ceará, entre os dias 6 e 10, e no dia 11 o vencedor será exibido novamente na cerimônia de encerramento do festival, no Cineteatro São Luiz, quando receberá um prêmio no valor de R$ 3.000,00.
Homenagem póstuma
Apesar de ser uma noite de festa e boas notícias, a solenidade de abertura do Cine Ceará teve também um momento de homenagem a uma grande referência do audiovisual brasileiro, o cineasta Geraldo Moraes, falecido na manhã desta sexta-feira aos 78 anos. Precursor de muitas gerações de cineastas, Mestre Geraldo, como era carinhosamente chamado, foi homenageado pelo cineasta cearense Rosemberg Cariry, autor do texto lido na ocasião.
“Dizem as crenças antigas que todo homem é uma vela que deus pôs no mundo, tendo esse mesmo homem o livre-arbítrio para acender ou deixar apagada a sua luz. Geraldo Moraes foi um homem de luz própria, foi líder estudantil e lutou contra a ditadura militar, fez cinema nas épocas mais difíceis, foi professor de universidades e muito ensinou aos jovens, em cursos administrados em todo o pais, dos pampas gaúchos aos sertões nordestinos, dos pantanais do centro oeste às florestas da Amazônia.
Gaúcho-brasiliense-nordestino, à frente de importantes entidades representativas de cineastas, Geraldo Moraes fez da descentralização da produção do cinema brasileiro uma das suas mais importantes bandeiras de luta, sendo um dos importantes articuladores da associação de produtores e cineastas do Norte-Nordeste e da CONNE, nova instituição que reúne produtores e cineastas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Nós, que fazemos o Cine Ceará, queremos dedicar essa edição do festival à memória do cineasta e do homem Geraldo Moraes. Salve amigo!”.
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