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Por Lauriberto Pompeu
A trama do filme "O estranho que nós amamos" (2017), que se passa durante a Guerra Civil americana, é centrada na relação entre um cabo da União, chamado John McBurney (Colin Farrell) e as habitantes de um internato de mulheres, as jovens Amy (Oona Laurence), Edwina (Kirsten Dunst), Alicia (Elle Fanning) e Martha Farnsworth (Nicole Kidman), que gerencia o local.
A produção é dirigida pela Sofia Coppola e é baseada no livro de Thomas Culliman, que já foi adaptado para o cinema em 1971, em um filme dirigido por Don Siegel e protagonizado por Clint Eastwood.
Os caminhos do cabo e das mulheres se cruzam quando Amy vai dar um passeio no bosque e acha John ferido. Ela então decide levá-lo para o internato para que lá receba cuidados até se recuperar.
O longa conta com poucos cenários, o enredo se desenrola basicamente dentro do internato e nos seus arredores, como o bosque onde o cabo foi achado. Os personagens também são poucos, se resumindo praticamente ao John e às mulheres do internato. Essa característica do filme facilita que os personagens e as relações estabelecidas entre eles sejam densas psicologicamente, permitindo explorar várias camadas da personalidade deles.
No elenco, destaque para Elle Fanning, que soube imprimir o tom certo de ambiguidade e dissimulação em Alicia, e também para Colin Farrell, que cumpre perfeitamente o papel de seu personagem, que é causar dúvidas quanto o seu potencial de ameaça e, por esse motivo, contribui para o clima de desconfiança e conflito entre as habitantes do internato, dentre as quais duas, Alicia e Edwina, que se interessam por ele.
Por este trabalho, Sofia Coppola conquistou o prêmio de Melhor Direção no festival de Cannes. Reconhecimento para uma obra que privilegia a construção dos personagens, dando um tom humano e próximo da realidade, além de abordar a Guerra Civil americana de uma perspectiva alternativa àquela que é centrada no combate armado e nas motivações políticas que levaram ao conflito entre Sul e Norte dos Estados Unidos.
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