O professor Durval Aires Filho comunica o falecimento do intelectual F. S. Nascimento.
"F. S. NASCIMENTO
Neste domingo último, Luciano Maia manda uma mensagem triste para mim, informando sobre o desaparecimento de F.S. Nascimento, nosso colega da Academia Cearense de Letras. Logo vem a superfície o seu perfil de crítico literário. Aliás, tomo a sua obra como responsável pela minha formação literária, no que tange a exegese, no contexto de um Ceará cuja produção se conservava, até a sua chegada, em analises de autores consagrados -- José de Alencar, Machado de Assis, escritores do século XIX e autores do romance regional -- não fosse ainda à novidade do “new criticism”, quando seus estudos rompem com o impressionismo, marcados com a ótica objetiva, desprezando, na sua técnica de avaliação, critério que não fossem literários.
Em A Estrutura Desmontada, F.S, Nascimento procedeu a uma organizada investigação de duas “novelas-reportagens” de meu pai: Os Amigos do Governador e Barra da Solidão, as quais haviam sido resenha no jornal O Estado de São Paulo, pelas inovações no terreno da nova ficção. Aliás, o mesmo empenho se repete em Três Momentos da Ficção Menor, uma eficiente avaliação moderna do conto no Ceará, revelando, por exemplo, novas técnicas narrativas empreendidas por Eduardo Campos.
Segundo Fábio Lucas, além da pormenorizada avaliação estética dos processos narrativos de Durval Aires, Nascimento nomeia e classifica os próprios critérios de análise literária e experimenta o seu alcance prático. Quer dizer: sua escrita não se restringe ao trabalho puramente teórico e especulativo. Nesse intento, os ensinamentos múltiplos sobre a arte da narrativa, se revelam importantes, constituindo-se uma das boas contribuições à análise e à interpretação da narrativa no Brasil, ao combinar duas coisas, segundo ainda o crítico mineiro: a serenidade da segurança cultural e o entusiasmo da criação da metalinguagem.
Penso, nesse propósito, que o sucesso e êxito científico de uma abordagem, ao desmontar uma estrutura, se devem essencialmente ao empenho e amor ao projeto. Ao desenvolver o que elaborou em nível de método, sobreposta a obra literária, é visível em F.S. Nascimento a paixão pela pesquisa parcimoniosa, a revelação do laboratório (bibliográfico) que formou no entorno, ao dissecar o texto e revelar suas possibilidades, o que demonstra que, ao percorrer esses caminhos, o crítico é tão fabulosamente criativo e criador quanto o seu objeto: o autor investigado.
Pernambucano de Serrita, F.S. Nascimento foi um dos maiores críticos literários que conheci. Foi diretor da Imprensa Universitária e da Divisão de Intercâmbio Cultural, na época em que meu pai era do Comitê de Imprensa e Francisco Carvalho figurava como secretário do Conselho Universitário, na gestão do Reitor Martins Filho.
Autor de vários livros, publicou: A Estrutura Desmontada (editada, originalmente em 1972, pela Imprensa Universitária da UFC), Quadrilátero da Seca (1988), Três Momentos da Ficção Menor (1981) e Apologia de Augusto dos Anjos e Outros Estudos ( 1990), além de inúmeros trabalhos que publicou em revistas especializadas."
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Em A Estrutura Desmontada, F.S, Nascimento procedeu a uma organizada investigação de duas “novelas-reportagens” de meu pai: Os Amigos do Governador e Barra da Solidão, as quais haviam sido resenha no jornal O Estado de São Paulo, pelas inovações no terreno da nova ficção. Aliás, o mesmo empenho se repete em Três Momentos da Ficção Menor, uma eficiente avaliação moderna do conto no Ceará, revelando, por exemplo, novas técnicas narrativas empreendidas por Eduardo Campos.
Segundo Fábio Lucas, além da pormenorizada avaliação estética dos processos narrativos de Durval Aires, Nascimento nomeia e classifica os próprios critérios de análise literária e experimenta o seu alcance prático. Quer dizer: sua escrita não se restringe ao trabalho puramente teórico e especulativo. Nesse intento, os ensinamentos múltiplos sobre a arte da narrativa, se revelam importantes, constituindo-se uma das boas contribuições à análise e à interpretação da narrativa no Brasil, ao combinar duas coisas, segundo ainda o crítico mineiro: a serenidade da segurança cultural e o entusiasmo da criação da metalinguagem.
Penso, nesse propósito, que o sucesso e êxito científico de uma abordagem, ao desmontar uma estrutura, se devem essencialmente ao empenho e amor ao projeto. Ao desenvolver o que elaborou em nível de método, sobreposta a obra literária, é visível em F.S. Nascimento a paixão pela pesquisa parcimoniosa, a revelação do laboratório (bibliográfico) que formou no entorno, ao dissecar o texto e revelar suas possibilidades, o que demonstra que, ao percorrer esses caminhos, o crítico é tão fabulosamente criativo e criador quanto o seu objeto: o autor investigado.
Pernambucano de Serrita, F.S. Nascimento foi um dos maiores críticos literários que conheci. Foi diretor da Imprensa Universitária e da Divisão de Intercâmbio Cultural, na época em que meu pai era do Comitê de Imprensa e Francisco Carvalho figurava como secretário do Conselho Universitário, na gestão do Reitor Martins Filho.
Autor de vários livros, publicou: A Estrutura Desmontada (editada, originalmente em 1972, pela Imprensa Universitária da UFC), Quadrilátero da Seca (1988), Três Momentos da Ficção Menor (1981) e Apologia de Augusto dos Anjos e Outros Estudos ( 1990), além de inúmeros trabalhos que publicou em revistas especializadas."
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