Com a consolidação das alianças político-partidárias das principais campanhas, dois movimentos começam a se observar nas redes sociais em relação aos candidatos à Presidência, mostra nova edição do DAPP Report – A semana nas redes. O primeiro é a intensificação no volume de menções sobre os nomes em disputa — com médias diárias em crescimento, em relação aos últimos meses, mesmo sem que eventos externos sejam propulsores únicos do debate.
O segundo é a maior variação no predomínio de diferentes atores, a depender exatamente das agendas em destaque. Ainda com o ex-presidente Lula e o deputado federal Jair Bolsonaro como maiores protagonistas, a discussão eleitoral passou a contemplar, logo abaixo, oscilações frequentes quanto ao destaque diário (ou semanal) a Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva e, com menor frequência, Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila.
Desde a quarta-feira da semana passada (25 de julho), Ciro, Marina, Boulos e Manuela apresentaram picos de referências em datas diferentes, reposicionando-se na dianteira do debate fora da polarização entre Lula e Bolsonaro. Os dois primeiros, por exemplo, foram fortemente impulsionados por participações na TV, enquanto Manuela e Boulos emergiram sobretudo por se posicionarem em oposição a Bolsonaro em relação à ditadura militar, a agendas sociais e às declarações do deputado no programa "Roda Viva".
Alckmin, ainda sob a herança do impacto do apoio do Centrão à candidatura tucana, permaneceu à frente dos demais desde quarta, embora com menor distância, e já com modificações temáticas quanto aos assuntos que mobilizou no Twitter. Para além da aliança com os partidos de centro, houve expressiva presença do candidato do PSDB, também por conta da repercussão de notícias da imprensa, a partir da identificação como ator de contraste a Bolsonaro e pela divulgação de suas gestões no governo de São Paulo. No geral, esse grupo de cinco atores já se posiciona como o segundo eixo a partir do qual as discussões nas redes sociais devem orbitar durante o mês de agosto, à sombra dos polos Lula e Bolsonaro.
Mapa de interações
Entre os dias 25 e 31 de julho, foram coletados 3.171.560 tuítes e 2.298.034 retuítes mencionando os pré-candidatos à Presidência e identificados três grupos distintos engajados no debate, como pode ser visto no mapa de interações a seguir. Entre os três, a interação envolvendo contas automatizadas foi maior no grupo azul, que teve robôs como responsáveis por 10,27% dos retuítes feitos pelo grupo. No grupo vermelho, 6,55% dos retuítes foram gerados por robôs. No grupo rosa, 0,6%.
O grupo rosa foi o maior em discussão e agregou 46,29% dos perfis em debate no Twitter. De forma geral, o grupo se une por compartilhar postagens que fazem oposição ao deputado federal Jair Bolsonaro, principalmente por conta de seus valores, considerados conservadores. Dentre as principais postagens, há menções críticas à entrevista do pré-candidato no "Roda Viva". As colocações de Bolsonaro no programa fizeram muitos internautas afirmarem que ele deveria fazer o ENEM ao invés de disputar as eleições por conta, segundo os usuários, da sua falta de conhecimentos gerais básicos.
Ademais, muitas postagens do grupo rosa mobilizam a hashtag #MulheresComBolsonaro de forma irônica, empregando-a em tuítes que na verdade fazem críticas ao deputado. Outras postagens ainda alertam sobre o perigo de se falar constantemente do deputado, afirmando que esta não seria uma maneira eficiente de combatê-lo, mas de popularizá-lo.
Com 29,72% dos perfis, o grupo vermelho é composto por contas mais alinhadas à esquerda no espectro político. De forma similar ao grupo rosa, os perfis também criticam Bolsonaro massivamente — a publicação mais popular do grupo compartilha estratégias para derrotar o pré-candidato nas eleições. A exaltação de Brilhante Ustra e a culpabilização dos negros pela escravidão feitas por Bolsonaro também motivaram críticas.
Por conta da oposição a Bolsonaro, há uma sobreposição dos principais tuítes do grupo rosa e do grupo vermelho. A principal diferença é que no vermelho muitos dos principais influenciadores são lideranças de esquerda, como Lula, Manuela D'ávila e Guilherme Boulos.
Por fim, o grupo azul agregou quase 20% dos perfis e tem como principal influenciador Jair Bolsonaro, que é amplamente defendido e exaltado. As principais postagens também fazem alusão à entrevista no "Roda Viva", mas em tom oposto ao dos grupos rosa e vermelho. O grupo azul defende a postura do pré-candidato e direciona críticas aos entrevistadores e ao nível do jornalismo brasileiro. Critica-se predominantemente algumas informações levantadas pelos entrevistadores que são vistas como erradas pelos perfis do grupo, como, por exemplo, a afirmação de que no sistema de voto impresso a pessoa sai com o voto em mãos, a classificação de Jesus como refugiado e uma suposta fala de Bolsonaro na qual teria defendido metralhar a Rocinha.
O segundo é a maior variação no predomínio de diferentes atores, a depender exatamente das agendas em destaque. Ainda com o ex-presidente Lula e o deputado federal Jair Bolsonaro como maiores protagonistas, a discussão eleitoral passou a contemplar, logo abaixo, oscilações frequentes quanto ao destaque diário (ou semanal) a Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva e, com menor frequência, Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila.
Desde a quarta-feira da semana passada (25 de julho), Ciro, Marina, Boulos e Manuela apresentaram picos de referências em datas diferentes, reposicionando-se na dianteira do debate fora da polarização entre Lula e Bolsonaro. Os dois primeiros, por exemplo, foram fortemente impulsionados por participações na TV, enquanto Manuela e Boulos emergiram sobretudo por se posicionarem em oposição a Bolsonaro em relação à ditadura militar, a agendas sociais e às declarações do deputado no programa "Roda Viva".
Alckmin, ainda sob a herança do impacto do apoio do Centrão à candidatura tucana, permaneceu à frente dos demais desde quarta, embora com menor distância, e já com modificações temáticas quanto aos assuntos que mobilizou no Twitter. Para além da aliança com os partidos de centro, houve expressiva presença do candidato do PSDB, também por conta da repercussão de notícias da imprensa, a partir da identificação como ator de contraste a Bolsonaro e pela divulgação de suas gestões no governo de São Paulo. No geral, esse grupo de cinco atores já se posiciona como o segundo eixo a partir do qual as discussões nas redes sociais devem orbitar durante o mês de agosto, à sombra dos polos Lula e Bolsonaro.
Mapa de interações
Entre os dias 25 e 31 de julho, foram coletados 3.171.560 tuítes e 2.298.034 retuítes mencionando os pré-candidatos à Presidência e identificados três grupos distintos engajados no debate, como pode ser visto no mapa de interações a seguir. Entre os três, a interação envolvendo contas automatizadas foi maior no grupo azul, que teve robôs como responsáveis por 10,27% dos retuítes feitos pelo grupo. No grupo vermelho, 6,55% dos retuítes foram gerados por robôs. No grupo rosa, 0,6%.
O grupo rosa foi o maior em discussão e agregou 46,29% dos perfis em debate no Twitter. De forma geral, o grupo se une por compartilhar postagens que fazem oposição ao deputado federal Jair Bolsonaro, principalmente por conta de seus valores, considerados conservadores. Dentre as principais postagens, há menções críticas à entrevista do pré-candidato no "Roda Viva". As colocações de Bolsonaro no programa fizeram muitos internautas afirmarem que ele deveria fazer o ENEM ao invés de disputar as eleições por conta, segundo os usuários, da sua falta de conhecimentos gerais básicos.
Ademais, muitas postagens do grupo rosa mobilizam a hashtag #MulheresComBolsonaro de forma irônica, empregando-a em tuítes que na verdade fazem críticas ao deputado. Outras postagens ainda alertam sobre o perigo de se falar constantemente do deputado, afirmando que esta não seria uma maneira eficiente de combatê-lo, mas de popularizá-lo.
Com 29,72% dos perfis, o grupo vermelho é composto por contas mais alinhadas à esquerda no espectro político. De forma similar ao grupo rosa, os perfis também criticam Bolsonaro massivamente — a publicação mais popular do grupo compartilha estratégias para derrotar o pré-candidato nas eleições. A exaltação de Brilhante Ustra e a culpabilização dos negros pela escravidão feitas por Bolsonaro também motivaram críticas.
Por conta da oposição a Bolsonaro, há uma sobreposição dos principais tuítes do grupo rosa e do grupo vermelho. A principal diferença é que no vermelho muitos dos principais influenciadores são lideranças de esquerda, como Lula, Manuela D'ávila e Guilherme Boulos.
Por fim, o grupo azul agregou quase 20% dos perfis e tem como principal influenciador Jair Bolsonaro, que é amplamente defendido e exaltado. As principais postagens também fazem alusão à entrevista no "Roda Viva", mas em tom oposto ao dos grupos rosa e vermelho. O grupo azul defende a postura do pré-candidato e direciona críticas aos entrevistadores e ao nível do jornalismo brasileiro. Critica-se predominantemente algumas informações levantadas pelos entrevistadores que são vistas como erradas pelos perfis do grupo, como, por exemplo, a afirmação de que no sistema de voto impresso a pessoa sai com o voto em mãos, a classificação de Jesus como refugiado e uma suposta fala de Bolsonaro na qual teria defendido metralhar a Rocinha.
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