Seguimos com o texto de José Parsifal Barroso (*) sobre a vida de Thomaz Pompeu de Sousa Brasil, o Senador Pompeu. No texto de hoje, ressaltamos a fase como sacerdote.
A série, iniciada ontem, presta uma homenagem ao bicentenário de nascimento deste que foi um dos maiores intelectuais do Ceará.
Parte 2 - O Sacerdote
"Sacerdote da Igreja Romana, aos 23 anos, Pompeu recebeu de seus superiores hierárquicos as provas mais visíveis de acatamento, particularmente do bispo de Pernambuco, D. João da Purificação que não somente o animou a pleitear o cargo de substituto da cadeira de Teologia, no Seminário de Olinda, senão também o nomeou vigário geral forâneo do Ceará, cargo que ocupou por oito anos e de que foi exonerado, a pedido.
Parte 2 - O Sacerdote
"Sacerdote da Igreja Romana, aos 23 anos, Pompeu recebeu de seus superiores hierárquicos as provas mais visíveis de acatamento, particularmente do bispo de Pernambuco, D. João da Purificação que não somente o animou a pleitear o cargo de substituto da cadeira de Teologia, no Seminário de Olinda, senão também o nomeou vigário geral forâneo do Ceará, cargo que ocupou por oito anos e de que foi exonerado, a pedido.
Manteve-se sempre fiel ao pensamento e interesse da Igreja, como o comprovam seus discursos na Câmara Geral e no Senado do Império; nunca se valeu do jornalismo ou da tribuna parlamentar para pleitear a alteração na regra canônica que obstava à legalização de sua família, como o fizeram o padre Diogo Antônio Feijó e tantos outros sacerdotes propugnadores da ab-rogação do celibato clerical.
Seu discurso de estreia na Câmara versou sobre a criação de bispados e prelazias. Na tribuna do Senado, marca pela primeira vez sua presença com um discurso que ocupa mais de 18 colunas, nos "Anais" daquela casa. Também aqui os assuntos da Igreja ocupam o maior espaço da sua oração. Pediu revisão da circunscrição eclesiástica, suscitou a criação das paróquias que o Ato Adicional indevidamente cometera às Assembleias Provinciais, combateu o decreto do Governo Imperial que reformava os Seminários, considerado por todos os bispos como invasor de suas atribuições. Voltaria, depois, para pronunciar discurso, em que defende a doutrina da igreja contra a proposição da Câmara dos Deputados que restabelece o recurso à Coroa de qualquer procedimento dos prelados regulares - origem da Questão Religiosa que a miopia dos estadistas de então não lhes deixou contornar e que viria a ser uma das causas da queda do Império e decadência da dinastia reinante.
Pompeu sempre prezou o seu estado clerical e isso deixou bem evidente, em seu testamento, quando recomendou a seus filhos que o sepultassem em seus hábitos talares."
Fonte: Revista do Instituto do Ceará (Vol. 97 - jan/dez de 1977)
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(*) - José Parsifal Barroso foi advogado, jornalista e político brasileiro.
Foi ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no governo Juscelino Kubitschek, de 31 de janeiro de 1956 a 30 de junho de 1958. Também foi ministro interino da Agricultura, de 27 de setembro a 3 de outubro de 1956. Foi governador do Ceará, de 25 de março de 1959 a 25 de março de 1963.
Leia também:
Bicentenário do Senador Pompeu, o senador do Império
Seu discurso de estreia na Câmara versou sobre a criação de bispados e prelazias. Na tribuna do Senado, marca pela primeira vez sua presença com um discurso que ocupa mais de 18 colunas, nos "Anais" daquela casa. Também aqui os assuntos da Igreja ocupam o maior espaço da sua oração. Pediu revisão da circunscrição eclesiástica, suscitou a criação das paróquias que o Ato Adicional indevidamente cometera às Assembleias Provinciais, combateu o decreto do Governo Imperial que reformava os Seminários, considerado por todos os bispos como invasor de suas atribuições. Voltaria, depois, para pronunciar discurso, em que defende a doutrina da igreja contra a proposição da Câmara dos Deputados que restabelece o recurso à Coroa de qualquer procedimento dos prelados regulares - origem da Questão Religiosa que a miopia dos estadistas de então não lhes deixou contornar e que viria a ser uma das causas da queda do Império e decadência da dinastia reinante.
Pompeu sempre prezou o seu estado clerical e isso deixou bem evidente, em seu testamento, quando recomendou a seus filhos que o sepultassem em seus hábitos talares."
Fonte: Revista do Instituto do Ceará (Vol. 97 - jan/dez de 1977)
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(*) - José Parsifal Barroso foi advogado, jornalista e político brasileiro.
Foi ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no governo Juscelino Kubitschek, de 31 de janeiro de 1956 a 30 de junho de 1958. Também foi ministro interino da Agricultura, de 27 de setembro a 3 de outubro de 1956. Foi governador do Ceará, de 25 de março de 1959 a 25 de março de 1963.
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