Na terceira postagem sobre o bicentenário de Thomaz Pompeu de Sousa Brasil, o Senador Pompeu, destacamos o trecho do discurso de José Parsifal Barroso (*) para o Instituto do Ceará, que fala de Felismina Corolina Filgueiras, a Mãe Mina, com quem Pompeu teve quatro filhos: Tereza, Thomaz, Antônio e Hildebrando.
Bicentenário do Senador Pompeu
Parte 3 - Mãe Mina
"É sabido, Senhoras e Senhores, que os dois maiores representantes de nossa Província, no Senado do Império - Alencar e Pompeu - foram presbíteros da Igreja Católica Romana que impunha, como ainda impõe, aos seus sacerdotes o celibato clerical.
Longe de nós, por inútil e de mau gosto, reavivar o secular debate em que se empenharam escritores, jornalistas, parlamentares no sentido de revogação dessa regra canônica, debate em que se distinguiu, no Brasil, o inolvidável padre Diogo Antônio Feijó, com todo o fogo de suas convicções.
O que se deseja por em evidência é que, por todos esses extensos brasis, padres de reconhecida austeridade constituíram - ao arrepio da norma canônica - famílias regulares, bem orientadas e das quais surgiria uma descendência de excelente e comprovada eugenia, de que são arquétipos o romancista José de Alencar e o escritor e professor de Direito Thomaz Pompeu.

A união do primeiro Thomaz Pompeu, futuro Senador do Império, com a Sra. Felismina Carolina Filgueiras - ligada por parentesco ao admirado e notório José Pereira Filgueiras, que bem poderia ser um dos "bons, burros e bravos" da feliz evocação de João Brígido - é pitorescamente relatada no livro "Francisco Sá - Reminiscências Biográficas", inspirado pela piedade filial, que recolheu as memórias daquele que viria a casar com uma neta do Senador Pompeu.
Tendo perdido muito cedo os pais, D. Felismina (Mãe Mina) fora criada pela avó, chamada pelos netos "minha Mãe Velha" que longos anos viveu na velha casa da rua Senador Pompeu esquina da rua Municipal (Guilherme Rocha). "De Minha Mãe Velha", narra o biógrafo de Francisco Sá, "se contavam duas cousas que lhe definiriam o caráter. Quando os filhos, já homens, cometiam ação de seu desagrado, ela os chamava, fazia que se lhe ajoelhassem aos pés e castigava-os a pau. Outro caso foi quando Thomaz Pompeu se apaixonou por sua neta Felismina. Reconhecendo pecaminoso esse amor, Pompeu tratou de afastar-se; mas Minha Mãe Velha, vindo morar na sua vizinhança, deu-lhe um tal cerco, amável assédio, que a praça se rendeu sem condições".
Fonte: Revista do Instituto do Ceará (Vol. 97 - jan/dez de 1977).
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(*) - José Parsifal Barroso foi advogado, jornalista e político brasileiro.
Foi ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no governo Juscelino Kubitschek, de 31 de janeiro de 1956 a 30 de junho de 1958. Também foi ministro interino da Agricultura, de 27 de setembro a 3 de outubro de 1956. Foi governador do Ceará, de 25 de março de 1959 a 25 de março de 1963.
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Longe de nós, por inútil e de mau gosto, reavivar o secular debate em que se empenharam escritores, jornalistas, parlamentares no sentido de revogação dessa regra canônica, debate em que se distinguiu, no Brasil, o inolvidável padre Diogo Antônio Feijó, com todo o fogo de suas convicções.
O que se deseja por em evidência é que, por todos esses extensos brasis, padres de reconhecida austeridade constituíram - ao arrepio da norma canônica - famílias regulares, bem orientadas e das quais surgiria uma descendência de excelente e comprovada eugenia, de que são arquétipos o romancista José de Alencar e o escritor e professor de Direito Thomaz Pompeu.
A união do primeiro Thomaz Pompeu, futuro Senador do Império, com a Sra. Felismina Carolina Filgueiras - ligada por parentesco ao admirado e notório José Pereira Filgueiras, que bem poderia ser um dos "bons, burros e bravos" da feliz evocação de João Brígido - é pitorescamente relatada no livro "Francisco Sá - Reminiscências Biográficas", inspirado pela piedade filial, que recolheu as memórias daquele que viria a casar com uma neta do Senador Pompeu.
Tendo perdido muito cedo os pais, D. Felismina (Mãe Mina) fora criada pela avó, chamada pelos netos "minha Mãe Velha" que longos anos viveu na velha casa da rua Senador Pompeu esquina da rua Municipal (Guilherme Rocha). "De Minha Mãe Velha", narra o biógrafo de Francisco Sá, "se contavam duas cousas que lhe definiriam o caráter. Quando os filhos, já homens, cometiam ação de seu desagrado, ela os chamava, fazia que se lhe ajoelhassem aos pés e castigava-os a pau. Outro caso foi quando Thomaz Pompeu se apaixonou por sua neta Felismina. Reconhecendo pecaminoso esse amor, Pompeu tratou de afastar-se; mas Minha Mãe Velha, vindo morar na sua vizinhança, deu-lhe um tal cerco, amável assédio, que a praça se rendeu sem condições".
Fonte: Revista do Instituto do Ceará (Vol. 97 - jan/dez de 1977).
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(*) - José Parsifal Barroso foi advogado, jornalista e político brasileiro.
Foi ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no governo Juscelino Kubitschek, de 31 de janeiro de 1956 a 30 de junho de 1958. Também foi ministro interino da Agricultura, de 27 de setembro a 3 de outubro de 1956. Foi governador do Ceará, de 25 de março de 1959 a 25 de março de 1963.
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